Animal precisou ser sacrificado na Festa do Peão de Barretos após participar de uma prova de imobilização
Entidades de proteção criticaram e disseram que também vão levar o caso à polícia; festa diz que foi uma "fatalidade"
Entidades de proteção criticaram e disseram que também vão levar o caso à polícia; festa diz que foi uma "fatalidade"
GABRIELA YAMADA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
ANA SOUSA - EDSON SILVA - ENVIADOS ESPECIAIS A BARRETOS
A morte de um bezerro na última sexta-feira depois de uma prova na 56ª Festa do Peão de Barretos gerou indignação entre entidades de proteção aos animais. O caso será levado à Polícia Civil e ao Ministério Público.
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, cuja mobilização conseguiu extinguir a prova do laço no país há quatro anos, vai acionar a Justiça para tentar proibir a modalidade bulldog. "Nessa prova, o peão se atira sobre o animal e torce o pescoço. Isso é crueldade", afirmou a presidente do fórum, Sônia Fonseca.
No bulldog, o peão precisa derrubar o bezerro com as mãos, sem equipamentos. No caso, o bezerro ficou imóvel após ser derrubado.
Como o animal não se levantava, precisou ser carregado para fora da arena.
Anteontem, uma necropsia constatou que o bezerro havia sofrido uma lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, o bezerro foi sacrificado. A organização da festa disse que o caso foi uma "fatalidade".
A advogada Viviane Alexandre, representante da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), afirmou que levará o caso ao recém criado Grupo de Atuação Especial de Defesa Animal, do Ministério Público.
"A morte do bezerro é a prova de que essa atitude grotesca, que eles chamam de esporte, provoca maus tratos aos animais", disse.
O presidente da ONG PEA (Projeto Esperança Animal), Carlos Rosolen, disse que a entidade irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil para a instauração de inquérito de maus tratos.
A PEA foi alvo de decisão da Justiça de Barretos, em 2006, depois que a organização da festa entrou com uma ação civil proibindo a ONG de divulgar opiniões sobre o tratamento aos animais.
Em março, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a decisão. Em Ribeirão, a AVA (Associação Vida Animal) também irá à Promotoria. Para a presidente Cristina Dias, os animais são forçados a participar do que ela chama de "espetáculo de horror".
CONTRADIÇÃO
Na noite de sexta, membros da organização da festa não se entenderam sobre o destino do animal.
O veterinário Marcos Sampaio de Almeida, de Os Independentes, dizia que o bezerro havia sido levado para uma ambulância veterinária e que passava bem.
Mas Orivaldo Tenório de Vasconcelos, diretor do Ecoa (Centro de Estudos de Comportamento Animal), ligado à organização do evento, dizia que havia a suspeita de que o bezerro tivesse sofrido uma fratura na coluna.
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