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terça-feira, 23 de agosto de 2011

MORTE DE BEZERRO VAI PARAR NO MINISTÉRIO PÚBLICO

Animal precisou ser sacrificado na Festa do Peão de Barretos após participar de uma prova de imobilização
Entidades de proteção criticaram e disseram que também vão levar o caso à polícia; festa diz que foi uma "fatalidade"

GABRIELA YAMADA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
ANA SOUSA - EDSON SILVA - ENVIADOS ESPECIAIS A BARRETOS

A morte de um bezerro na última sexta-feira depois de uma prova na 56ª Festa do Peão de Barretos gerou indignação entre entidades de proteção aos animais. O caso será levado à Polícia Civil e ao Ministério Público.

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, cuja mobilização conseguiu extinguir a prova do laço no país há quatro anos, vai acionar a Justiça para tentar proibir a modalidade bulldog. "Nessa prova, o peão se atira sobre o animal e torce o pescoço. Isso é crueldade", afirmou a presidente do fórum, Sônia Fonseca.

No bulldog, o peão precisa derrubar o bezerro com as mãos, sem equipamentos. No caso, o bezerro ficou imóvel após ser derrubado.

Como o animal não se levantava, precisou ser carregado para fora da arena.
Anteontem, uma necropsia constatou que o bezerro havia sofrido uma lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, o bezerro foi sacrificado. A organização da festa disse que o caso foi uma "fatalidade".

A advogada Viviane Alexandre, representante da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), afirmou que levará o caso ao recém criado Grupo de Atuação Especial de Defesa Animal, do Ministério Público.
"A morte do bezerro é a prova de que essa atitude grotesca, que eles chamam de esporte, provoca maus tratos aos animais", disse.

O presidente da ONG PEA (Projeto Esperança Animal), Carlos Rosolen, disse que a entidade irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil para a instauração de inquérito de maus tratos.
A PEA foi alvo de decisão da Justiça de Barretos, em 2006, depois que a organização da festa entrou com uma ação civil proibindo a ONG de divulgar opiniões sobre o tratamento aos animais.

Em março, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a decisão. Em Ribeirão, a AVA (Associação Vida Animal) também irá à Promotoria. Para a presidente Cristina Dias, os animais são forçados a participar do que ela chama de "espetáculo de horror".

CONTRADIÇÃO

Na noite de sexta, membros da organização da festa não se entenderam sobre o destino do animal.
O veterinário Marcos Sampaio de Almeida, de Os Independentes, dizia que o bezerro havia sido levado para uma ambulância veterinária e que passava bem.
Mas Orivaldo Tenório de Vasconcelos, diretor do Ecoa (Centro de Estudos de Comportamento Animal), ligado à organização do evento, dizia que havia a suspeita de que o bezerro tivesse sofrido uma fratura na coluna.

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